Cores da Terra
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tário
oficinas
1º ciclo (Araquari/SC)
No primeiro semestre de 2023, as oficinas de tingimento natural, pintura e aplicação em artesanato para mulheres de comunidades indígenas Guarani M’bya e trabalhadoras do campo aconteceram no Espaço Terapêutico Flor de Hibisco (assentamento agroecológico Justino Draszevski), em Araquari/SC, com as tekoas Tarumã Mirim, Yvapuru e Pindoty.
O projeto foi realizado com recursos do Prêmio Elisabete Anderle 2022 de Estímulo à Cultura, e a exposição contou com o apoio do Bugio Centro.
Confira o release do evento!
2º ciclo (São Francisco do Sul/SC)
No segundo semestre de 2023, ampliamos o Cores da Terra para São Francisco do Sul/SC, com financiamento privado da empresa de saneamento do município, Águas de São Francisco de Sul.
As oficinas aconteceram na tekoa Morro Alto, com a presença do povo Guarani M’bya. Além da pintura livre em tecido usando plantas locais, produzimos o novo uniforme do coral Kuara’y Ho’u Are (Nascer do Sol) com urucum e barmatimão, em homenagem às cores da escola E.I.E.B. Mainoî Wera Jedju.
conceito
Olhe ao redor: quantas cores você vê? Repare nas formas, observe as linhas, identifique os padrões.
Se, no campo, o amarelo-commodity impera sobre os tons de verde, na cidade, o cinza-urbano se alastra pelo mar de concreto. O que antes já foi a encosta de um rio, hoje suporta o peso das construções verticais.
A terra sufoca sob as ruas asfaltadas, longas como esteiras industriais em que correm os automóveis. Dentro deles, as pessoas aceleram em vão: mesmo com tanta pressa, dizem estar sempre atrasadas.
Do alto de um prédio, essas mesmas pessoas se fascinam. Não mais pela altura a que chegaram, mas sim porque, de um ângulo específico e muito estreito, forçando bem a vista, ainda é possível ver o mar.
Cores da Terra é uma homenagem à biodiversidade em sentido amplo.
Cultivamos um solo fértil de criação, por uma vida coletiva que propõe e participa das múltiplas expressões artísticas. Por isso, assinaram esta exposição seres humanos que irrigaram a terra com conhecimentos ancestrais de povos originários Mbya, saberes tradicionais das famílias do campo e práticas artesanais diversas.
Do assentamento agroecológico onde nos reunimos, pudemos extrair a matéria-prima necessária para colorir diferentes superfícies. Prestamos atenção nas folhas, flores, raízes e cascas. A partir delas, criamos. O que fora plantado então germina, encerrando um ciclo e dando início a outro. A pergunta agora é: o que queremos preservar?
A mudança como premissa, a agroecologia como caminho e a vida como propósito!
Aguyjevete!